logo

Banco Master: como ficam os investimentos após a liquidação

21 de novembro de 2025
Entenda sua carteira de forma 100% gratuita

O caso do Banco Master ganhou destaque porque a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central interrompeu as operações de imediato e abriu espaço para uma pergunta central: o que acontece com o dinheiro aplicado na instituição? A decisão do BC segue um processo previsto na Lei 6.024/1974, o que significa que cada etapa, da paralisação das atividades ao pagamento de credores, possui regras claras e públicas.


Além disso, ao analisar o funcionamento da liquidação, a garantia oferecida pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), a forma como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) regula o mercado e como a B3 atua na custódia de ativos, torna-se evidente que os efeitos variam conforme o tipo de investimento. Dessa forma, este guia descreve o que muda após a liquidação, como ocorre o pagamento dos produtos cobertos, o que permanece protegido fora do banco e quais passos seguem o caminho mais seguro do ponto de vista jurídico.


O que significa liquidação extrajudicial

A liquidação extrajudicial é um regime especial previsto na Lei 6.024/1974, que determina a interrupção das atividades de uma instituição financeira para apurar sua situação patrimonial e organizar o pagamento de credores.

No caso do Banco Master, o Banco Central decretou a liquidação com base nessa lei. A partir dessa decisão, as operações da instituição foram suspensas e o processo de apuração de ativos e passivos passou a seguir as etapas previstas para esse regime. Além disso, as movimentações estão temporariamente interrompidas para permitir a organização dos saldos, a identificação dos credores e o andamento formal da liquidação.


Embora o termo “liquidação” sugira um cenário drástico, ele segue um procedimento definido em normas públicas. Dessa forma, acompanhar as decisões publicadas no Diário Oficial da União e as comunicações oficiais no site do Banco Central permanece como a forma mais confiável de entender o avanço de cada etapa.


O que acontece com quem tinha dinheiro aplicado no Banco Master?

A liquidação extrajudicial suspende temporariamente as movimentações da instituição. Nesse cenário, os saldos existentes deixam de ser movimentados enquanto ocorre a apuração de ativos e passivos prevista na legislação. Além disso, as operações permanecem paralisadas até que o processo avance pelas etapas formais da liquidação.

Essa suspensão não apaga investimentos, não extingue direitos e não altera a titularidade de ativos mantidos fora do banco. Ela apenas cria uma pausa necessária para que o procedimento siga conforme as normas estabelecidas pelo Banco Central.


Em processos de liquidação extrajudicial, parte dos investimentos passa a seguir as regras do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que define limites, produtos elegíveis e etapas formais de pagamento. Entre os ativos cobertos, estão CDB, LCI, LCA, RDC e depósitos à vista ou a prazo. Outros produtos, no entanto, permanecem totalmente fora desse mecanismo por terem custódia e regulamentação próprios. Para entender como essa proteção funciona e como cada categoria é tratada nesse tipo de situação, vale consultar a explicação completa neste artigo.


Quem tinha investimentos fora do FGC

Fundos, previdência e títulos de renda fixa pública não dependem da saúde financeira do banco distribuidor. Esses ativos permanecem registrados em sistemas como CETIP/Balcão, Selic, B3 ou em administradoras reguladas pela CVM, o que mantém a titularidade do investidor independentemente da situação da instituição. Mesmo com a liquidação, esses produtos continuam existindo e seguem negociáveis ou resgatáveis conforme o regulamento de cada categoria. Por isso, a liquidação não altera seu valor, sua rentabilidade nem sua custódia.


Passo a passo oficial: o que acontece em casos assim


Verificar se o produto tem cobertura do FGC

O primeiro passo de uma liquidação extrajudicial consiste em classificar os valores mantidos na instituição para definir como cada categoria de investimento será tratada. Produtos elegíveis à garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) seguem um fluxo específico de análise e pagamento previsto nas normas do mecanismo. Já os ativos que não fazem parte da cobertura do FGC, como fundos de investimento, previdência, ações, ETFs e títulos públicos, permanecem protegidos em seus sistemas de custódia, regidos por normas próprias da CVM, SUSEP, Tesouro Nacional e B3. Essa distinção inicial estrutura o restante do processo, porque cada tipo de aplicação segue um caminho diferente dentro da liquidação.


Seguir as orientações do liquidante nomeado pelo Banco Central

Após a decretação da liquidação extrajudicial, o processo passa a ser conduzido por um liquidante, figura nomeada pelo Banco Central para administrar a instituição durante esse regime especial. Cabe a esse responsável organizar ativos e passivos, registrar credores e divulgar orientações formais sobre os procedimentos previstos na legislação. Dessa forma, eventuais pagamentos seguem um fluxo padronizado e alinhado às normas do Banco Central.


Acompanhar os comunicados oficiais

O Banco Central divulga os atos relacionados à liquidação no Diário Oficial da União e em seus canais oficiais. Além disso, o painel de resoluções e atos normativos do BC reúne documentos e atualizações que ajudam a acompanhar a evolução do caso.


Manter dados cadastrais atualizados

Em situações que envolvem o FGC, dados bancários e cadastrais corretos facilitam a identificação de titulares e a execução de pagamentos. Assim, cadastros atualizados reduzem o risco de divergências e de atrasos operacionais.


Priorizar fontes oficiais e evitar boatos

Processos de liquidação costumam gerar insegurança e abrir espaço para rumores. Entretanto, apenas o Banco Central, o liquidante e o FGC definem procedimentos e prazos. Por isso, decisões mais seguras se baseiam em informações provenientes desses canais oficiais e não em mensagens informais ou não verificadas.


Quando o pagamento do FGC costuma acontecer

Os relatórios do FGC indicam que, em liquidações anteriores, o início dos pagamentos costuma ocorrer em torno de 30 dias após o envio da base de credores. Entretanto, esse prazo não é fixo: o desembolso final depende da complexidade contábil e do tempo levado pelo liquidante para consolidar os dados. Em muitos casos, o ritmo é relativamente ágil, mas cada liquidação varia. Além disso, após realizar os pagamentos, o FGC pode sub-rogar-se nos créditos compensados e assumir posição de credor da massa da instituição liquidada.


Banco Master: qual é a ordem de pagamento na liquidação

Após o pagamento dos clientes cobertos pelo FGC, que se sub-roga nos respectivos créditos, a liquidação segue a hierarquia definida pela legislação. Nessa etapa, o liquidante elabora o quadro geral de credores e distribui os pagamentos conforme a prioridade legal. Os pagamentos contemplam créditos trabalhistas, créditos com garantia real, créditos quirografários e, por último, créditos subordinados.


Essa fase costuma ser mais longa e envolve análises contábeis e jurídicas detalhadas, mas segue regras públicas e atos oficiais divulgados pelo Banco Central.


Conclusão sobre a liquidação do Banco Master

A liquidação do Banco Master segue um procedimento formal, que permite entender como cada tipo de aplicação é tratado e quais etapas compõem o processo. Informações oficiais reduzem incertezas e evitam interpretações precipitadas. Para quem busca entender efeitos mais amplos sobre planejamento financeiro, a equipe da Minha Gestora pode ajudar.

Categorias


Um telefone com um cofrinho na tela e um botão que diz baixar ebook

Canal do Analisto no Youtube

"Muito bom dia capitalistas e capitalistos..."

Todos os dias, trazendo os fatos e comentários com muita irreverência,  Mario Goulart, analista CNPI da Minha Gestora, comenta as notícias que mexem com o mercado. Inscreva-se e fique por dentro das novidades e fortalecer sua jornada.

INCREVER NO CANAL

Compartilhe este Artigo

Entenda sua carteira de forma 100% gratuita
Entenda sua carteira de forma 100% gratuita
21 de novembro de 2025
Entenda como o Fundo Garantidor de Créditos protege depósitos e investimentos, quais limites valem hoje e quando a garantia se aplica.
11 de novembro de 2025
Como China e investidor brasileiro se conectam: veja como o país impacta commodities, câmbio, bolsa e o que isso revela sobre o mercado.
10 de novembro de 2025
Expectativas do mercado movem juros, câmbio e bolsa antes dos dados. Entenda como a percepção dos investidores antecipa os fatos.
Share by: