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FIDCs: entenda o aumento do investimento de pessoas físicas

13 de agosto de 2025
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Atualmente, o investimento de pessoas físicas em FIDCs cresce de forma expressiva e é crucial entender os fatores que impulsionam essa tendência. Além disso, a tributação, especialmente o mecanismo conhecido como come cotas, exerce um papel central nesse cenário. Portanto, neste texto, vamos explorar com clareza os conceitos, os atrativos, os riscos e os números, de modo a oferecer uma visão confiável e acessível.



O que são FIDCs e como funcionam

Primeiramente, vale esclarecer que os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são um tipo de fundo coletivo. Ainda mais, esses fundos podem ser constituídos como abertos ou fechados e dividem cotas em classes, como sênior (menos arriscada) e subordinada (mais arriscada, mas com potencial de maior retorno). Consequentemente, essa estrutura permite atrair diferentes perfis de investidores, o que favorece a diversificação da carteira.


Os FIDCs foram originalmente regulados pelas Instruções CVM 356/2001 e 555/2014, até 2 de outubro de 2023, quando passaram a seguir o novo marco legal unificado pela Resolução CVM 175, que revogou essas instruções anteriores. Essa mudança também permitiu que pessoas físicas tivessem acesso ao produto, antes restrito a investidores qualificados.


Por que o interesse de pessoas físicas está crescendo

Além disso, vários fatores têm impulsionado esse movimento. Segundo a Anbima, o volume investido por pessoas físicas em FIDCs mais do que dobrou entre outubro de 2023 e o mesmo mês de 2024, alcançando R$ 15,98 bilhões, um salto de 115,9 %. 


Ademais, o número de contas com posições em FIDCs cresceu quase 100 % no mesmo período, chegando a 91.368, embora esse número não represente pessoas únicas, mas sim aplicações. Ainda que a fatia na carteira total dos brasileiros seja modesta (cerca de 2,66 % do total aplicado em produtos financeiros), o crescimento mostra que esse segmento vem ganhando espaço.


A abertura regulatória ampliou significativamente o alcance dos FIDCs, tornando-os mais acessíveis a diferentes perfis de investidores e acelerando sua popularização, especialmente em um cenário de juros elevados, com renda fixa em alta e busca por diversificação.


Tributação e o impacto do come cotas

Entretanto, um aspecto essencial que influencia a atratividade desses fundos é a tributação, especialmente o come cotas. De forma geral, esse mecanismo representa uma antecipação semestral do Imposto de Renda sobre os rendimentos dos fundos, cobrando automaticamente uma parte das cotas em maio e novembro.


Especificamente, a alíquota é de 20 % para fundos de curto prazo e 15 % para fundos de longo prazo. No entanto, com a Lei nº 14.754/2023 e a Resolução CMN nº 5.111/2023, foi criada uma regra especial para os FIDCs: os fundos que se enquadrarem como entidade de investimento (estrutura profissional e discricionária) e que tiverem ao menos 67% da carteira em direitos creditórios ficam isentos do come cotas, sendo tributados apenas na distribuição de rendimentos ou resgate, à alíquota de 15%.


Portanto, esse diferencial tributário torna os FIDCs, quando bem estruturados, particularmente atraentes aos investidores, uma vez que evitam o impacto negativo da tributação antecipada e preservam melhor a rentabilidade líquida.


Riscos e cuidados ao investir em FIDCs

Fique atento aos riscos envolvidos. Primeiramente, não há garantia de retorno: os FIDCs são sujeitos a risco de crédito, pois investem em recebíveis de empresas, além de risco de liquidez, sobretudo nos fundos fechados ou que concentram carteira. Por exemplo, a Anbima destacou que, em maio de 2024, cerca de 71,6 % dos ativos de FIDCs abertos tinham liquidez superior a 360 dias. Isso pode dificultar resgates em cenários adversos.


Ademais, a qualidade dos direitos creditórios, a diversificação da carteira e a credibilidade da gestão são critérios essenciais na análise. Em suma, o investidor precisa ler regulamentos e lâminas com atenção, avaliando estrutura, perfil de risco e tributação (incluindo o tratamento do come cotas).


Panorama do mercado

Além disso, em termos de mercado, o crescimento dos FIDCs é expressivo. Conforme a Anbima, o volume investido pelos investidores pessoa física em FIDCs no semestre até junho de 2025 cresceu 51 %, atingindo R$ 35,2 bilhões. É mais um sinal claro de que esse tipo de investimento está ganhando espaço na carteira dos brasileiros. Apoiado por um ambiente de juros elevados e busca por produtos diferenciados.


Como começar a investir em FIDCs

Para quem deseja entrar nesse segmento, o caminho é simples, mas exige atenção. Primeiramente, é necessário abrir conta em corretora ou distribuidora que ofereça FIDCs e definir seu perfil de risco. Depois, escolher fundos que estejam enquadrados como entidade de investimento (para evitar come cotas). Em seguida, leia o regulamento e a lâmina, avalie a composição da carteira, a liquidez, histórico e a alíquota de IR aplicável. Por fim, monitorar periodicamente o fundo e seu comportamento é igualmente importante.


Conclusão: uma tendência estruturada

Em síntese, o investimento de pessoas físicas em FIDCs cresce, sobretudo impulsionado por regulações que ampliaram o acesso, o cenário de juros elevados e a atratividade tributária proporcionada pela possibilidade de isenção do come cotas


Contudo, mesmo diante desse crescimento, é crucial que o investidor atue com cautela, estudando os riscos e preferindo fundos bem estruturados. Assim, conseguirá aproveitar essa oportunidade de diversificação com mais segurança e perspectiva de retorno adequado.


Para entender melhor como investir com estratégia e segurança, fale com a equipe da Minha Gestora.

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