logo

Carry trade: o que é, quando usar e como avaliar riscos

10 de dezembro de 2025
Entenda sua carteira de forma 100% gratuita

Os movimentos recentes de juros no Brasil e no exterior reacenderam o debate sobre como as diferenças entre políticas monetárias influenciam o mercado de câmbio. Além disso, relatórios do Banco Central do Brasil, do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco de Compensações Internacionais mostram que mudanças no apetite global por risco alteram a direção dos fluxos internacionais com rapidez crescente. Assim, estratégias que dependem dessas assimetrias, como o carry trade, voltaram a ganhar espaço nas análises macroeconômicas, especialmente em períodos de transição entre ciclos de aperto e afrouxamento monetário.


Por isso, compreender esses mecanismos ajuda o investidor a interpretar melhor como fatores externos e locais afetam a dinâmica das moedas.


Como funciona na prática?


Origem dos recursos e escolha das moedas

Investidores geralmente utilizam moedas de juros baixos como ponto de partida, porque essa estrutura reduz o custo de captação e amplia o diferencial de retorno. Além disso, estudos do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e análises do FMI mostram que operações envolvendo moedas de países avançados contra moedas de economias emergentes compõem parte relevante das estratégias associadas ao carry trade. Assim, a escolha das moedas determina o perfil de risco da operação e sua sensibilidade às condições financeiras internacionais.


O papel da taxa de juros

O diferencial de juros sustenta o ganho potencial do carry trade, porque a remuneração da moeda de destino supera o custo da moeda de origem. Além disso, decisões de política monetária divulgadas por autoridades como o Banco Central do Brasil influenciam o retorno esperado, já que atualizações na taxa Selic modificam de forma direta o atrativo da moeda brasileira. Assim, acompanhar os ciclos monetários se torna essencial para avaliar o potencial e os riscos da estratégia.


Impacto da variação cambial

O câmbio determina o resultado final da operação, porque a valorização da moeda de destino amplia o retorno, enquanto a desvalorização reduz ou até elimina o ganho gerado pelo diferencial de juros. Além disso, estudos do Banco de Compensações Internacionais mostram que reversões rápidas de fluxo são comuns quando o mercado global migra para ambientes de maior aversão ao risco. Assim, o monitoramento da volatilidade cambial se torna um componente central na avaliação de estratégias sensíveis ao comportamento das moedas.


Quando vale a pena fazer carry trade?

O carry trade ganha força quando a moeda de destino oferece juros mais elevados e apresenta estabilidade cambial, porque essas condições combinam retorno potencial com menor volatilidade. Além disso, cenários de maior previsibilidade na política monetária, como períodos em que o Copom comunica com clareza suas diretrizes, reduzem incertezas associadas ao câmbio. Ainda assim, ambientes globais classificados pelo FMI como “risk-on” costumam direcionar mais fluxos para economias emergentes. Assim, juros altos, câmbio estável e condições financeiras globais favoráveis formam um contexto que costuma aparecer com frequência nas análises sobre estratégias desse tipo.


Vantagens do carry trade

O carry trade pode gerar retornos potencialmente elevados, porque combina o diferencial de juros entre moedas com a variação cambial. Além disso, estudos acadêmicos e análises de órgãos internacionais mostram que essa estratégia aparece com frequência em avaliações sobre mercados globais, já que não depende de estruturas excessivamente complexas para ocorrer no agregado. Assim, a discussão sobre o tema costuma destacar a interação entre fatores macroeconômicos, volatilidade e condições financeiras internacionais.


O desempenho do carry trade também reflete ciclos de valorização de moedas emergentes, porque períodos de crescimento global tendem a favorecer economias que oferecem juros mais altos. Além disso, relatórios do FMI indicam que fluxos internacionais seguem padrões mais estáveis quando os juros globais permanecem baixos por longos períodos. Assim, o interesse pela estratégia costuma aumentar em cenários que combinam diferenças significativas de juros e ambiente externo favorável.


Riscos do carry trade


Risco cambial

O câmbio pode reverter de forma rápida, porque eventos inesperados modificam fluxos internacionais em horizontes muito curtos. Além disso, moedas de países emergentes costumam apresentar maior sensibilidade a choques, como mostram análises periódicas do Banco Central do Brasil sobre volatilidade e liquidez. Assim, o risco cambial se torna o elemento central de atenção para quem utiliza carry trade.


Risco de política monetária

Mudanças na política monetária podem reduzir o diferencial de juros e anular parte do retorno da estratégia, porque bancos centralizam seus ajustes com base em projeções atualizadas de inflação e atividade econômica. Além disso, decisões do FOMC frequentemente influenciam moedas globais, já que a taxa de juros dos Estados Unidos funciona como referência internacional. Assim, acompanhar comunicados, atas e projeções dos comitês monetários ajuda a entender como alterações de política podem afetar o ambiente macroeconômico e, por consequência, estratégias sensíveis ao ciclo de juros.


Risco de liquidez e alavancagem

A liquidez pode diminuir em momentos de estresse, porque investidores globais recuam de posições de maior risco e realocam recursos para ativos considerados mais seguros. Além disso, a alavancagem amplifica variações de preço, o que aumenta retornos em ambientes favoráveis e potencializa perdas em períodos adversos. Assim, operações alavancadas se tornam mais sensíveis à volatilidade e a mudanças abruptas nas condições de mercado.


Risco de eventos globais

Eventos geopolíticos, tensões comerciais ou crises financeiras podem alterar expectativas de forma rápida, porque elevam a aversão ao risco e estimulam movimentos de fuga para moedas consideradas mais seguras. Além disso, estudos do BIS mostram que esses choques atingem de modo mais intenso moedas de países emergentes. Assim, a análise do cenário global se torna um componente importante para compreender períodos de maior instabilidade cambial.


O carry trade combina com qual perfil?

O carry trade costuma aparecer associado a perfis mais arrojados, que operam em ambientes de maior volatilidade e acompanham variáveis macroeconômicas de forma sistemática. Além disso, ela é mais utilizada por agentes com horizonte de atuação flexível e capacidade de lidar com oscilações de curto prazo, já que o comportamento das moedas pode reverter de maneira brusca em episódios de aversão ao risco. Assim, o carry trade costuma figurar em discussões sobre alocação em estruturas diversificadas, nas quais diferentes fontes de retorno interagem com cenários globais mais amplos.


Conclusão: o carry trade exige análise, disciplina e leitura macro

O carry trade se destaca por combinar, de forma explícita, o diferencial de juros e a dinâmica cambial. Além disso, seu comportamento está diretamente relacionado a ciclos monetários, à estabilidade das condições externas e às informações divulgadas por instituições internacionais e autoridades monetárias. Assim, o carry trade permanece relevante em contextos marcados por diferenças de juros e oscilações cambiais.


Se você deseja analisar como o carry trade pode complementar sua estratégia, fale conosco.

Categorias


Um telefone com um cofrinho na tela e um botão que diz baixar ebook

Canal do Analisto no Youtube

"Muito bom dia capitalistas e capitalistos..."

Todos os dias, trazendo os fatos e comentários com muita irreverência,  Mario Goulart, analista CNPI da Minha Gestora, comenta as notícias que mexem com o mercado. Inscreva-se e fique por dentro das novidades e fortalecer sua jornada.

INCREVER NO CANAL

Compartilhe este Artigo

Entenda sua carteira de forma 100% gratuita
Entenda sua carteira de forma 100% gratuita
9 de dezembro de 2025
Descubra o que é o FOMC, como ele funciona e por que suas decisões sobre juros influenciam mercados, câmbio e investimentos globais.
5 de dezembro de 2025
Entenda como diferentes títulos do Tesouro Direto se comportam ao longo do tempo e veja como prazos e custos moldam a rentabilidade.
5 de dezembro de 2025
Saiba como os BDRs funcionam, quais riscos envolvem e quando faz sentido usar esse acesso ao mercado global na sua estratégia.
Share by: